sábado, 10 de outubro de 2009

ENTERRADO

Um retângulo, parado em minha mente.
Reto, sepultado, sem paredes.
Cada ponto dos seus riscos,
conta coisas que duvido.
Sou eu ali deitada, cabisbaixa, acanhada?
Falei baixo no espaço recortado.
Cada traço acompanhado de passado.
Quatro, na verdade, transformados,
num só laço a sete palmos do terraço.
Dividi o retângulo em dois e fiz quadrados.
Tracei a linha que caiu pelo penhasco,
vociferando nas entradas inexistentes de cada buraco,
tomado quadrado ao quadrado.
Disso tudo, nada resta a ser lembrado.
Nada resta para ser contado?
Devaneios persistem engodados.
A imaginação, amiga, viaja longe.
Longe de mim, no calmo horizonte.
Horizonte que segue reto, sem acabar.
Acabar com a alucinação, mal-estar.
Estar de bem com a vida e poder sonhar.

ALUCINAÇÕES

Não consigo dormir.
Rolo na cama numa noite abafada.
Sinto um vento percorrer o quarto,
mas as janelas estão fechadas.
O calor sufocante aperta meu peito.
São as horas, intactas, que não passam adiante.
Fecho meus olhos e tento, a todo custo, dormir.
A luz apagada, sem refletir.
Nos sonhos, vejo cores diversas, reflexos de mim.
Acordo assustada, num quarto escuro,
que parece não ter fim.
Procuro acalmar-me, recompor-me.
Descubro que sou apenas eu, sozinha,
num quarto abafado, tentando dormir.
Dormir para quê, na cama vazia,
se acordo cansada, todos os dias?
Fechar os olhos, começar a sonhar.
Brigar com as cobertas, sem poder acordar.
À noite, a insônia instala-se, devido ao calor.
De manhãzinha, o corpo estremece, arrepiando o suor.

QUE EXIGE POUCO ESFORÇO

A manhã ensolarada e verdejante
transformou-se em nublada e úmida.
O sol virou as costas para a terra
e nela fez cair, incessantemente, a chuva.
Venta muito no meu mundo
e este cheiro incomoda.
Um cheiro que o vento traz de longe
e faz lembrar a sensação de coisa parada no horizonte.
O dia está caótico, sem cor, sem vida,
e a mancha na parede parece purpurina.
Só o que me alivia são os sons deste silêncio
que batem, ritmadamente, dentro do compasso
e, quanto mais eu penso neles,
mais insólito torna-se o meu cansaço.
A manhã transformou-se em um pote alagado,
onde todos os tempos percorrem, alterados.
Viro o vaso da plantaque cresce para todos os lados,
como a perseguir-me, com cuidado.
Mas, ela segue a luz divina
ou a luz da lâmpada que eu acendo todos os dias?

EMBRULHADA EM MEU DESTINO

No armário do meu quarto escondi os meus tormentos.
Ninguém sabe onde encontrá-los,
nem eu mesma, já faz tempo.
Quando quero, abro as portas, de cor marfim.
Não sinto raiva nem fúria, desilusão ou temor.
Sinto falta dos dias em que sonhei com coisas sem sentido,
não sentindo esta dor.
Somente por orgulho vou vivendo,
escondendo-me por entre fios de cabelo.
Esta chuva que não passa,
alaga e destrói meus pensamentos
e o sol não aparece para secar meu desespero.
Mudar o jogo, jogar a vida,
saber quando parar o recomeçar, contínuo.
Não ser uma ilusão, de alma vadia.
Mas poder sentir a vida, como todo mundo.
Sou o que sou e não mudo por ninguém.
Mas, se pedirem com calma,
posso virar o jogo de vez.

DE QUEM DEPENDE, DEPRIMIDA

Eu transformo-me, dia e noite,
nos sentimentos que aprendi.
E, às vezes, eles ainda perguntam
o que é que vai ser de mim.
Se eles, que são os donos de tudo,
não sabem o que será da vida,
que direi eu, que nada tenho,
e deles dependo, na minha disciplina?
Não quero mudar nada,
ter atitudes egoístas.
Mas, de vez em quando, eles machucam,
e pisam, ainda, nas feridas.
Não nas feitas por eles,
mas nas feitas pela vida.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Posso ainda ver coisas presentes apenas na minha imaginação? Às vezes, nem mesmo sei seus nomes,mas sei que nem disso fazem questão. sabe-se lá quantas vezes precisei me repetir, descobrir-me, diversificando sempre, como um bobo da corte a sorrir? Mas posso ainda prestar bastante atenção às coisas de que gosto e me fazem bem. São coisas simples, poucas, e até sem razão. Como a vida é engraçada quando finge que não nos vê. Gira, gira e dá voltas, sem dar explicação. Pra quê?
Hoje, meu futuro é outro, mas quem quis assim fui eu. Plantei meus sonhos, colhi espinhos, mas fui capaz de andar ao léu. O que dirão aqueles que me virem por aí? Divagando sobre a vida, tendo muito pra sorrir? Será mesmo que me visto de todas aquelas manias fúteis? Ou apenas páro no espaço, contemplando a hora triste?
Nas ruas da cidade, caminho sem parar. Trasnformo o meu espaço, modificando o meu lugar. Somente o tempo fica o mesmo, nem sequer venta por aqui. Como queria um daqueles redemoinhos, capazes de tudo bagunçar. Rodopiando a gente toda, fazendo tudo sair do lugar...

sábado, 18 de abril de 2009

Caminhei, exausta, na trilha imaginária da canção.

Parando, aos poucos, o ritmo bravio.

Do outro lado do tempo, do outro lado do véu.

Paralisando, até mesmo, os movimentos parcos no céu.

Com a ajuda do dia e da noite, eu fujo.

Meus pensamentos não se flagelam, sóbrios.

Descubro todo o meu instinto, ao vento,

para que algumas coisas sejam feitas sem o meu consentimento.

Irradio, no aparelho solitário, a objeção.

Não quero pertencer a nada, estar sujeita a transformação,

captando, assim, a ingênua versificação.

A diferença está, estática, no singelo pulsar.

O aparelho solitário pulsa, contrariando o tempo vão.

Fora isso, torno-me insensível, sem preocupação.
Hoje, físico, o que sinto dentro de mim;

Amanhã, sentido, o que penso que vem daqui.

Tudo oscila no meu olho, tentando focalizar.

Vou ao fundo de mim mesma, sem saber o que encontrar.

Talvez queira mais pra mim do que agora,

mas nem sei o que sonhar...
I cannot always be what you want me to
But I could try to be myself a few times
What were you thinking when you told me
That you were no longer a friend of mine?
Maybe we could make some kind of deal
So that I won't get myself in so much trouble
We could exercise ourselves and our minds
But what for? We always end up in some kind of fight...
I'm frozen just with the idea of being me
And you came around trying to get over everything
Don't you ever think that absurd again
'Cause I'm not in the mood for your funny games
Don't look at me with this happy face
Or I will brake this mirror and won't ever see you again...

sábado, 21 de março de 2009

Acho que esse blog tá ficando um pouco estranho...

Claro que a culpa é minha...quando vou aprender???
O medo, como atrativo.
Como algo sem sentido, indiferente,
adormeço em meu ninho, chorando baixo.
Acaricio meus sonhos, cantando
melodias suaves que se vão indo...
Que medo dos dias cheios de vazios...
Sorte eu ter companhia, imagino.
Gosto de ver pela janela
os pássaros, lá fora, voando,
num ensolarado dia de domingo.
Esqueço o medo por um instante, sorrindo
e imagino por que faço isso comigo...
Os pássaros gorjeiam e batem-se
nos vidros das janelas, assustando,
os meus pensamentos, que vão embora,
pelo buraco deixado, por eles,
na parede do meu peito.
TALVEZ DEVESSE ESPERAR

Tudo o que eu não queria,
era ser assim.
Talvez, se eu fingisse,
conseguiria gostar mais de mim.
Afinal, quem sou eu?
Para que sirvo,
se sirvo-me de tanto mal?
Faço planos e traço metas
e concluo que,
de mil consolos,
nenhum deles conforma.
Apenas o quarto escuro
liberta-me do agora.
Que momento triste aquele,
que se foi embora.
E agora?
Quem bate à porta?
...Substituindo todo o meu orgulho tácito,
Sobrepujando todo o meu jeito mais incômodo,
Resolvo fazer, pelo universo fanático,
Uma última poesia, num tom satírico.
Assim, na beleza sublimar dessa caos lúgubre,
Encontro a sutil semelhança, com "s" minúsculo,
Entre a felicidade extrema do meu momento único,
E a perversidade deste resto túmido.
Mas é a última vez que fico assim, intrépida,
Para falar desse sentimento típico,
De um mundo sem controle, carnívoro.
E, se nenhum dos meus desejos for posto em prática,
Prefiro deixar de querer, no meu íntimo,
O meu próprio bem-estar, impávido...

sexta-feira, 13 de março de 2009

Olá a todos!
Hoje estou um pouco dolorida por dentro. Me dei conta da crueldade humana. Para quem visita meu blog, peço um favor, entrem nesse blog: www.amigobichopf.blogspot.com, passeiem por lá e sejam tocados, bem fundos, no coração, ou na alma... sabe o que é legal? É pensar que nós podemos ajudar sim... EU SEI... vocês irão pensar, e alguns até mesmo irão dizer, que já fazemos a nossa parte, já pagamos nossos impostos etc... também penso assim...mas, às vezes, temos como ajudar e nem nos damo conta. Vejam a lista de coisas com as quais podemos fazer isso, é bem interessante... eu mesma já estou providenciando alguns itens que tenho lá em casa e que posso doar...claro que não iremos resolver todos e os mais graves problemas, mas é legal saber que a nossa contribuição foi dada e, de alguma forma, ajudou algum desses seres...

...

Outro ponto importante a ser descrito aqui é: não sou destas pessoas que acham muito lindo ajudar os bichos e não dar a mínima para as pessoas. Seria hipocrisia da minha parte se fizesse isso. Claro que as pessoas necessitadas merecem muito mais atenção... não faço o que posso para ajudá-las, vou ser verdadeira e realista... nem sei se algum dia farei... odeio ver aqueles meninos na frente do supermercado pedindo moedas e já disse a um deles que dissesse aos pais que o que eles fazem é errado... é incrível vê-los às 21hs pedindo esmola... RIDÍCULO como as autoridades não fazem absolutamente NADA!!!!!!!! Só se importam com seu umbigo, com seu mundinho!! Eu me importo com as pessoas, mas pouco ou nada, posso fazer... pensar apenas, em um local melhor para vivermos... estudando... trabalhando.... sendo alguém íntegra... e, quando puder, prestar minha ajuda a quem dela precise...

...

quinta-feira, 12 de março de 2009

Bem-Vindos!!!

Olá! Agora que estão aqui, deixem uma palavrinha, certo??
Nem sei o que dizer nestas primeiras linhas...confusão...cerimônia...
Mas sei que, com o tempo, irei descobrir...
O que vocês mais irão ver por aqui: minhas poesias...minhas atividades...coisas que eu gosto...
E, pra começar, não sei se bem... lá vai...

NEVROSE
Numa ficção, conto tudo,
quanto posso, o que quero.
Tento, na minha neurose,
aos poucos, ficar sóbria,
atenta às loucuras dos outros.
Credito, no caráter alheio,
o adorno do enfaro,
por puro medo egocêntrico.
Chego a hibernar, no escuro,
contornando as curvas do espectro.